quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Je ne suis pas grec

O PS e António Costa continua a não saber lidar bem com o sucesso do país e dos portugueses.  Afirmar que a possibilidade de antecipar o pagamento do empréstimo ao FMI e com isso poupar em juros 130 milhões de euro por ano, que se poderá vir a transformar numa redução de impostos, mais não é que uma renegociação da dívida, para imediatamente a seguir vir afirmar que afinal é normal, é mentir aos portugueses.

Basta olhar para o que está a acontecer na Grécia e para a subida vertiginosa dos juros, que já chegaram a os 20%, e para a taxa de juro que ainda ontem Portugal conseguiu de 2,5%, valor que até ontem nunca tinha conseguido, para se ver que não estamos a falar da mesma coisa.

Esta atitude da esquerda de tudo criticar, mesmo aquilo que é evidentemente bom para o país, só porque é fruto do esforço e determinação do governo, e quando todos sabem qual foi a causa e os culpados, para termos sido obrigados a pedir ajuda internacional, já não convence ninguém.
Mas depois destas infelizes afirmações de António Costa, e depois do já famoso (pelos piores motivos) manifesto dos 70, desta vez já só conseguiram reunir 31 (nem metade) para escreverem uma carta ao Primeiro Ministro, para que este assuma uma posição de "responsabilidade numa Europa em que tanto tem faltado o esforço comum para encontrar soluções para uma crise tão ameaçadora" e acrescento eu, que tantos sacrifícios tem exigido aos Portugueses, mas que mesmo assim não deixaram de ser solidários, nomeadamente para com a Grécia. Enfim pedem, que o nosso Primeiro Ministro defenda os interesses de Portugal e dos portugueses, mas também da Europa.


O que não entendo é como é que declarações, que mais não são que a constatação da mais puras das verdades, mas que se calhar muitos portugueses desconheciam, deixaram a nossa esquerda tão nervosa, a gritar e barafustar de uma forma que mais parecem ser de quem está mais interessado em defender os interesses dos outros e de uma esquerda radical, que em defender Portugal.

Mas destas declarações sem nexo da nossa esquerda, com triste destaque para as do Presidente do PS, fica a certeza de que se dão mal com verdade e que prefeririam que não se soubesse que também nós emprestámos dinheiro à Grécia e que se a Grécia não cumprir com o que se comprometeu, com a comunidade internacional e em particular com a Europa, será também dos bolsos dos portugueses que sairá o dinheiro para pagar mais um incumprimento grego. E se tal acontecer será a segunda vez. Parece-me que já chega!

Portugal terá que ficar do lado da Europa, continuando a cumprir com os seus compromissos, como até agora tem feito, para não cair no erro de ficar isolado na Europa, como parece ser o que mais tarde ou mais cedo acontecerá à Grécia, se continuar a insistir na estratégia que hoje levou a Bruxelas. Contrariamente ao que a esquerda vinha apregoando, parece que a Grécia não conseguiu convencer nenhum dos outros parceiros europeus, levando-a a mudar ao que parece de estratégia, o que só por si é positivo, apontando assim, ao que tudo indica, para um acordo para breve. 

É caso para se dizer - Non, je ne suis pas grec! Eu sou português e europeu, numa Europa em que como todos, incluindo os gregos, desejo que a Grécia continue a fazer parte.

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