sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

E agora SYRIZA?

2 semanas depois da esperada vitória do Syriza, é altura de se perguntar onde estão as tão propagadas medidas prometidas aos Gregos e qual o caminho que Tsipras vai fazer, agora que já se percebeu que está talvez mais isolado na Europa, do que antes das eleições.

Em dois artigos de opinião, hoje publicados pelo Observador, é feito um balanço do que foram estas duas semanas e que vale a pena ler (aqui e aqui):


"Durante a primeira semana no poder, o governo grego condenou as suas promessas ao fracasso e matou o seu programa eleitoral. O que se seguiu foi uma “tournée” europeia entre o patético e o desastroso.

Nunca vi um partido e um governo cometerem tantos erros como o Syriza e a coligação grega nos últimos dez dias".


"Ninguém estava à espera que duas semanas, umas quantas milhas acumuladas no cartão de passageiro frequente e uma dúzia de horas de conversas em algumas capitais fossem suficientes para que o novo Governo grego fizesse a Europa inverter a marcha e sacar de novo do livro de cheques.

Cumprido o ritual diplomático, tudo na mesma. Tudo, aliás, demasiado expectável. Da bonomia de Jean-Claude Juncker, que pegou na mão de Alexis Tsipras para o levar para a sala de reunião, até à intransigência alemã, que apenas concordou em discordar. De resto, muita compreensão, toda a vontade para negociar e chegar a um entendimento que sirva todas as partes, mas já com algumas linhas vermelhas bem traçadas. Primeiro, ninguém está disponível para um segundo perdão de dívida grega, exigência que era a segunda linha do programa que o Syriza levou a eleições. Segundo, a Grécia não pode rasgar unilateralmente o que acordou com os parceiros europeus. Terceiro, e provavelmente o que une toda a gente, ninguém quer chegar a um cenário de saída da Grécia do euro".

Curioso é o silencio a que a nossa esquerda, que tanto rejubilou com esta vitória e que dia após dia se tem deixado de ouvir e que nem um comentário fez à mais que surpresa que foi a coligação com um partido de extrema direita.

Sem comentários: