quarta-feira, 25 de junho de 2014

Segurança nas Avenidas Novas

A propósito da notícia de hoje do I, intitulada "Moradores de Lisboa não querem a prostituição como vizinha", é importante não esquecermos que temos hoje nas Avenidas Novas vários problemas de Segurança que se espalham um pouco por toda a Freguesia e que tendo origens diferentes e prejudicando naturalmente também de forma diferente os moradores, afectam de forma incisiva a qualidade de vida dos mesmos.

Como é referido na noticia, também o lado patrimonial não pode ser colocado de lado, uma vez que quer no caso da noticiado, como em alguns dos outros casos o valor patrimonial dos imoveis é fortemente atingido, desvalorizando-os.

Se no caso referido na zona da Rua Rodrigo da Fonseca, que tendo antecedentes que remontam há mais 30 ou 40 anos, mas que apesar de alguma acalmia nos últimos anos, teve um inesperado e súbito agravamento desde o Verão passado e no Bairro Santos, onde as questões de segurança são já antigas, tendo mesmo levado ao encerramento de um Centro Comercial devido ao elevado número de assaltos, as outras situações são mais recentes. Se não vejamos:

 - A existência de cidadãos de leste, que apesar de irem sendo "expulsos" pela policia (com a intervenção Câmara e da Junta de Freguesia de Avenidas Novas), dos locais que vão ocupando - Quinta do Ferro, junto aos novos edifícios da EPUL da Av das Forças Armadas, nos terrenos frente ao edifício da MEO na Av Alvaro Pais, a verdade é que estes cidadão se vão mantendo na zona, sendo actualmente visíveis diariamente em vários locais do zona, como os jardins junto a Rua da Cruz Vermelha ou da Rua Julieta Ferrão ou até nos antigos terrenos do Mercado, junto à Av das Forças Armadas, provocam uma enorme sensação de insegurança aos moradores locais;

- A já famosa, pelas piores razões, "Casa de Pasto" da Rua do Arco Cego, que abrindo e fechando sem se conseguir perceber muito bem porquê e com autorização de quem, provoca largos ajuntamentos, principalmente de jovens, frequentemente superiores a mais 100 pessoas, que provocam barulho até altas horas da noite e deixando as ruas circundantes num estado imundo, com a consequente perda de qualidade de vida por parte de todos os que moram, não só junto ao prédio onde se situa o referido estabelecimento, mas também nos quarteirões circundantes;

- Na Rua Filipa de Vilhena, no quarteirão do Jardim do Arco Cego, devido principalmente ao preço a que é vendida a cerveja pelos estabelecimentos de restauração da zona, é normal durante o dia o muro do jardim na Rua Filipa de Vilhena e o próprio jardim serem "invadidos" por jovens, a maioria estudantes do IST, que deixam a rua e o jardim num estado imundo, provocando por vezes alguns desacatos que já levaram a policia a intervir e que impedem por um lado a utilização do Jardim por outros cidadãos, que não se sentem à vontade devido à enorme quantidade de lixo que estes jovens espalham pelo jardim, e por outro prejudicam o sossego dos moradores locais, uma vez que alguns dos estabelecimentos continuam a servir os clientes, até muito para lá da hora para que estão licenciados,  

- Ainda na zona do Jardim do Arco Cego a recente abertura de um bar na Av. João Crisóstomo, numa artéria que apesar dos estabelecimentos de restauração existentes há muitos anos na zona ou mesmo do Bingo, nunca teve problemas de barulho ou de insegurança permanente durante a noite, trouxe aos moradores do prédio um verdadeiro inferno, quer com a música a propagar-se por todo o prédio, quer pelo barulho provocado frequentemente pelos clientes na rua além de algum clima de insegurança, que por vezes os grupos de clientes à porta do bar  a altas horas da noite, transmitem a quem lá vive.

No Bairro Santos o sentimento de insegurança é já antigo e cresceu nos últimos meses, com o aumento de assaltos a residências particulares, com o assassinato de um morador do Bairro, bem como do barulho e assaltos a viaturas durante a noite na zona das escadinhas da Rua Francisco de Holanda para a Rua Beneficência.

Também a onda de roubos de metais, das portas dos prédios e mesmo no interior dos mesmos, que sendo transversal a toda a Freguesia, têm-se sentido mais no Bairro Azul, e na zona entre o Saldanha e o Campo Pequeno, provoca nos moradores uma enorme insegurança e no caso dos mais idosos mesmo medo, que os leva a evitarem sair de casa, principalmente a partir do meio da tarde.

Naturalmente que o que hoje é noticiado pelo I, ao concentrar numa zona só, um pouco de todos os casos que atrás relatei, a que se soma uma crescente onda de prostituição, só por si atesta bem para a gravidade da situação, com a agravante de em alguns dias da semana, de manhã à noite, os moradores serem ameaçados pelo simples facto de estarem na rua ou de quererem entrar em suas casas, exige uma intervenção que resolva urgentemente este problema, que ameaça gravemente a segurança de quem lá vive.

Uma palavra final, de satisfação, para o facto de em quase todos estes casos os moradores se terem organizado para defenderem os seus direitos e como grupo terem uma posição mais forte junto das mais variadas entidades, apresentando propostas que contribuam para uma resolução das diversas situações, mas também para a atenção que Policia, Junta de Freguesia e mesmo a Câmara, têm dado a estes casos, se bem que nem sempre com os resultados desejados e principalmente com a rapidez que se impõe.

Pessoalmente não posso deixar de sublinhar, também com muita satisfação, a intervenção activa que a Junta de Freguesia de Avenidas Novas tem tido em muitas destas situações, mostrando não só que está atenta ao que se passa na sua área geográfica e de saber ouvir os seus moradores, mas principalmente de agir rapidamente na tentativa de contribuir para a sua resolução.

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