terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Vereador da CML, diz que não gosta do que a Câmara fez na Rua da Vitória

In Público 11-2-2014
Num artigo hoje publicado no Público, sob o titulo "Câmara define cem acções para tornar Lisboa acessível aos que não são super-heróis" o Vereador dos Direitos Sociais (???) da Câmara Municipal de Lisboa, João Afonso, sobre o Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, afirmando que “Este não é um plano de remoção da calçada, nem um plano para alteração de pavimentos”, sempre vai afirmando que “A calçada não é um bom pavimento, um pavimento que assegure as melhores condições de acessibilidade. Só é o melhor se tivermos condições para o manter e em determinados sítios”, afirmou o vereador. Aquilo que o autarca defende é que “não há uma solução universal” para a cidade, devendo ser introduzidos diferentes pavimentos consoante as características da zona em causa.

Até poderíamos estar de acordo com o Vereador, quando dá claramente a entender que a calçada tem sido nos últimos largos anos descorada por parte da Câmara, o que tem provocado, juntamente com o estacionamento abusivo em cima dos passeios, uma degradação deste pavimento que faz parte do ADN da cidade e dado argumentos aos que defendem a sua substituição. Em conclusão a Câmara não tem investido nem na manutenção e preservação da calçada portuguesa nem na formação de bons calceteiros.

O problema começa, quando afirma que só será para manter em "alguns sítios". Quais? É legitimo perguntar, quando os locais onde a calçada tem sido recentemente substituída se situam precisamente na zona histórica da cidade, onde a mesma começou - Terreiro do Paço, Rua da Vitória e Miradouro de Santa Catarina.

Mas o mais grave é quando o Vereador tem mesmo o descaramento de afirmar, que o que a CML fez na Rua da Vitória, em que a calçada foi substituída por pedra de lioz, foi uma má escolha, "que não gosta do resultado, desde logo pela falta de aderência do piso quando chove e pelo seu custo. “Tempos de crise poderão evitar esse tipo de solução, espero”. Donte é legitimo concluir, que a solução encontrada foi cara e que será até mais perigosa para os peões do que a calçada, nomeadamente quando chove. Curiosamente dois dos argumentos utilizados, pelos que agora se lembraram de atacar a calçada.....

Pena é, que o que há muito é obvio para muita gente e tem sido alvo de inúmeras criticas, só agora, depois de gastos muitos milhares de euros, a Câmara venha reconhecer ter sido um erro. Espero que este erro sirva de lição e que a Vereação socialista que (des)governa Lisboa, reconsidere os planos que tem para paulatinamente mas em força, ir acabando com a calçada portuguesa.

Sem comentários: